Cefaléia Tensional
De todas as formas de dores-de-cabeça, a cefaléia tensional é de longe a mais comum e razão de sofrimento constante para uma grande quantidade de pessoas. Essas cefaléias são freqüentemente provocadas pela manutenção de um estado de tensão permanente em determinados músculos como os dos ombros, pescoço e cabeça, especialmente em situações de stress elevado.
Estima-se que algo em torno de 87% da população mundial tenha crises eventuais de dor-de-cabeça provocada por tensão muscular e que a forma crônica a chegue a acometer até três por cento desses indivíduos comprometendo seriamente sua qualidade de vida e seu desempenho profissional.
A pessoa com cefaléia tensional normalmente não tem consciência desse estado de tensão muscular exagerada. No tratamento dessa condição pelo Biofeedback, vários sensores são conectados em pontos específicos dos ombros, pescoço, crânio e face, de modo a permitir a que o nível tensional dos músculos dessas regiões possa ser registrado.
Durante o processo de biofeedback, esses pontos de tensão são monitorados via computador e o grau de tensão muscular é mostrado, por exemplo, em forma de um som cuja tonalidade aumenta ou diminui à medida que a tensão muscular cresce ou é aliviada. Dessa maneira, é possível ouvir as variações do nível de tensão muscular.
Ao longo do treinamento, o paciente é instruído a tentar reduzir o tom o tanto quanto possível o que corresponderá a um relaxamento muscular nas áreas monitoradas. Após umas poucas sessões de treinamento, através de um processo de tentativa e erro, descobre-se como relaxar a musculatura da mandíbula, fronte e pescoço e assim, reduzir a freqüência do som.
O paciente é informado que tudo aquilo que possibilita uma redução do tom representa uma manobra bem sucedida de relaxamento muscular. Ao longo de várias sessões, ele aprende como manter os músculos da face mandíbula e pescoço em um estado de relaxamento ideal.
À media que mostra uma crescente facilidade de atingir um bom nível de relaxamento dos músculos monitorados, o indivíduo passa a precisar cada vez menos da monitoração do computador e a ser capaz de atingi-lo a partir da leitura de seus próprios sinais internos.
A essa altura do treinamento, os pacientes começam a relatar que já estão suficientemente conscientes dos níveis de tensão no seu dia-a-dia, a ponto de serem capazes de colocar em ação as estratégias de relaxamento aprendidas durante o processo de biofeedback.
Muitos dos que se submetem ao tratamento através do biofeedback conseguem obter uma notável redução na intensidade e freqüência das cefaléias à medida que desenvolvem essa capacidade de detectar e reduzir a tensão muscular.
Os estudos têm mostrado que essa capacidade de auto-regular os níveis de tensão muscular, se mantém ao longo do tempo e os relatos dos pacientes mostram o sucesso em conseguir manter as cefaléias tensionais ausentes, ou reduzidas a um mínimo.
No tratamento das dores-de-cabeça tensionais, o processo de biofeedback é algumas vezes coadjuvado por outras técnicas de terapia comportamental tais como exercícios de relaxamento, técnicas de manejo do stress e outras estratégias de redução da tensão. |